segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Feliz Natal

Minhas queridas Amigas, a minha ausencia tem sido longa e vai continuar por mais uns tempos...
como sei o quanto nos preocupamos nas nossas Amizades com o "outro" quero pelo menos tranquilizar-vos e dizer que qdo melhorar voltarei.. tenho andado mt deprimida, terminaram cmg, sem qq explicaçao plausivel, uma relaçao de anos ( a mesma de que sempre vos falei aqui)...como o meu ex namorado era tb o meu melhor Amigo podem imaginar o que isto nao significa para pessoas com o nosso tipo de personalidade ...
bjs e nao se preocupem, qq coisa posso adiantar em email privado, aqui nao pk é demasiado intimo.
Espero que o vosso Natal seja o mais feliz que possam ter. Se eu puder dar umas dicas, escrevam para o meu mail. Vou acrescenta-lo às definições do perfil.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Feliz Páscoa!




Como podem ver, apesar de nao andar a editar novas mensagens, o facto é que atraves do blog tento sempre saber de voces..
bjs a todos/as e que tenham uma Pascoa Feliz, se possivel que cada uma descubra a sua Pascoa, o caminho proprio que as levará a renascer um dia para a Vida e Felicidade, ou seja, sair da doença..conscientes tb de que é um caminho nem sempre linear e nada facil, mas que é deveras COMPENSADOR e o Unico que Vale a Pena, o unico pelo qual vale a pena fazermos o sacrificio de todos os dias combatermos a doença..Nunca desarmem..Deus está sempre convosco, seja numa forma transcendente (para quem Acredita), seja atraves dos vossos medicos maravilhosos, seja tb nos Amigos e Familia..
bjs a todos/as

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

um pouco do mundo em imagens..

Mais uma tentativa de aperfeiçoar a minha arte.. e como a Aninhas elogiou a minha 1ª foto (dum post anterior que era mais um"hino" ao por de sol, agora ofereço-lhe uma primeira cheia da luz de meio dia..lol
como ainda nao sei colar bem comentarios às fotos, resumidamente posso dizer que para além da 1º foto, as outras são das belas cidades de Praga e Viena, esta ultima com os seus belos jardins, saloes e regras também... nem os nossos amiguinhos animais -ou melhor, os donos-  fogem a estas ultimas. interessante!
espero que gostem!

















quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Necessidade dum diagnostico "atempado" e depois especializado...o papel do Médico de Família

MÉDICO DE FAMÍLIA


IV Encontro da US de Caldas da Rainha


"A articulação médico de Família é deficiente nas DCA"

Ainda no âmbito da temática das doenças por comportamento alimentar (DCA), a mesa sobre anorexia e bulimia nervosas encerrou os trabalhos da parte da manhã. Os convidados foram uma psiquiatra e um psicólogo, ambos do Núcleo de DCA do Serviço de Psiquiatria do Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Dulce Bouça e Abel Matos descreveram a forma como os doentes são abordados na consulta de DCA que funciona nesta unidade hospitalar - inaugurada em 1989 - e frisaram a grande necessidade de sensibilizar o MF para o diagnóstico destas patologias e de fomentar a sua articulação com o profissional de saúde mental.


"As doenças do comportamento alimentar lidam com a regulação do apetite e esta é uma
questão inerente à prática da Medicina Geral e Familiar". Foi assim que Dulce Bouça,
psiquiatra do Núcleo de DCA a funcionar no Serviço de Psiquiatria do Hospital de Santa
Maria, iniciou a sua intervenção, procurando estabelecer de imediato uma ponte entre
a saúde mental e a Medicina Geral e Familiar neste contexto.
Uma vez que as DCA aparecem prioritariamente nas consultas de pediatria e de MGF, estes profissionais
têm a responsabilidade da primeira abordagem. Como tal, a sua articulação com os psiquiatras "é
fundamental e tem que ser urgentemente melhorada, uma vez que ainda é muito deficiente".
Conduzindo a assistência pelo universo das DCA - nas suas expressões mais conhecidas
como a anorexia e bulimia nervosas - Dulce Bouça explicou que estas doenças integram
uma psicopatologia: "repercutem-se num determinado comportamento e este, por
sua vez, tem repercussões somáticas graves ou até mesmo fatais". Segundo a
psiquiatra, estas não são doenças da moda, como muitas vezes se "apregoa" para procurar
explicar determinados comportamentos que lhes estão associados. "Não é a moda, nem as
imagens das modelos 'escanzeladas' que causam anorexia nervosa porque todos somos
bombardeados por essas imagens e estamos sujeitos a essa 'ditadura', porém, apenas uma
ínfima percentagem (entre 0,5 a 1%) das pessoas que fazem dieta desenvolvem
uma patologia desta natureza", sublinhou a oradora.

*Não desvalorizar...*

A ideia de que a anorexia está relacionada com movimentos culturais, como a moda, pode mesmo ser perigosa, já que "é capaz de conduzir à desvalorização do problema e, consequentemente, ao atraso do seu
diagnóstico", lembrou a médica, acrescentando que por estas serem doenças que atingem maioritariamente
adolescentes e o sexo feminino, existe uma certa tendência para desvalorizar. "Argumentos como 'não
pressione, isso é da idade, vai ver que passa' podem levar, efectivamente a grandes e perigosos atrasos no
diagnóstico de uma DCA", frisou.
Apesar da prevalência das DCA, não quer dizer que uma jovem "com uns quilinhos a mais" não
possa querer fazer dieta. De acordo com a psiquiatra, o combate à obesidade na adolescência
é também importante, porém, "o acompanhamento de um jovem por parte do MF tem que ser completamente diferente do de um adulto, de forma a evitar cair numa DCA", salientou. A este propósito, Dulce Bouça apontou alguns dos sinais que podem levar o MF a suspeitar de um diagnóstico de doença por comportamento alimentar: preocupação excessiva com questões dietéticas, como o número de calorias de cada alimento, e o desconforto e irritabilidade quando questionados ou demasiado confrontados sobre os seus hábitos alimentares.

*Abordagem multidimensional*

Sendo doenças do foro psiquiátrico, as DCA são conhecidas como patologias "nervosas".
Concentrando-se naquela que é a mais frequente das DCA, a anorexia nervosa distingue-
se da anorexia normalmente descrita na medicina, "uma vez que não se trata de falta
de fome, mas de uma luta contra o apetite", explicou Dulce Bouça.
Através da descrição de um caso de anorexia nervosa, em que surgiu a dúvida de se internar uma doente grave no serviço de Medicina ou no serviço de Psiquiatria, a médica salientou a importância de uma abordagem multidimensional no tratamento das DCA.
"Optámos por interná-la em psiquiatria, pois na fase da sua doença, a intervenção psicológica
- fazendo-a aceitar pequenas colheres de comida - era muito mais importante do que qualquer
 tratamento clínico", explicou.
Segundo a oradora, estas doenças "dão muito trabalho a tratar porque exigem uma permanente
negociação com os doentes, em que pequeníssimos aumentos de peso representam enormes avanços psicológicos". Simultaneamente, é necessária a intervenção do MF para a avaliação somática e até para estabelecer uma dieta - "algo que qualquer médico sabe fazer" - articulada com a do psiquiatra e do psicólogo que faz o trabalho mais importante: "tirar-lhes o medo de comer". Dulce Bouça esclareceu, ainda, que as doentes com anorexia nervosa não beneficiam de qualquer terapêutica farmacológica. "Não necessitam de tomar a pílula, uma vez que a menstruação volta assim que se regula o apetite", afirmou, acrescentando que "os psicofármacos também não se aplicam a estes casos".
Para além de uma abordagem multidimensional, foi salientada a importância da multidisciplinaridade nos
cuidados. Aqui, "o papel dos enfermeiros é fundamental, uma vez que estes doentes não dizem as mesmas
coisas a todos os técnicos de saúde", frisou a psiquiatra.

*Desfazer enganos...*

Uma outra face menos visível das DCA é a ingestão compulsiva. O papel do médico de
família ganha uma maior relevância no acompanhamento destes doentes - "pessoas que
vivem, normalmente, em grande sofrimento e têm uma enorme necessidade de serem
ouvidas", descreveu a oradora. Nestes casos, explicou Dulce Bouça, o diagnóstico
precoce é igualmente fundamental e os doentes beneficiam da acção farmacológica
de um medicamento antidepressivo, como a serotonina. No entanto, mais importante
do que a administração de qualquer fármaco, é "procurar desfazer o engano em
que os doentes se encontram", salientou a psiquiatra, explicando que o objectivo das
pessoas com desordem compulsiva é o de se sentirem melhor consigo próprias.
Segundo Abel Matos, o psicólogo convidado, na abordagem clínica destes
doentes está totalmente contra-indicado "ser-se crítico, interpretar, desvalorizar e ser
rápido". Por oposição, deve-se facilitar o acesso à consulta - espaço por excelência de
confidencialidade - bem como "tranquilizar, criar empatia, explicar e ser sincero". Na opinião
do orador, a consulta de DCA a funcionar no serviço de psiquiatria do Hospital de Santa
Maria, está melhor organizada para garantir o cumprimento destes objectivos, quando comparada
com o sistema de cuidados de saúde primários. A terminar, Abel Matos focou o papel que os
grupos de apoio - um tipo de organização muito comum a nível internacional -
pode ter no âmbito das DCA. "As pessoas numa fase mais avançada de
recuperação podem dar um excelente contributo e ajudar aquelas que ainda
estão numa fase inicial e grave da doença", explicou.


Cláudia Brito Marques

obs Raioverde: desculpem mais uma nota pessoal, a titulo de conselho, que nao consigo deixar de dar a quem sofre de dca: por favor nao atrasem o diagnostico ou o tratamento, tentando enganar o médico.. sei que a tentaçao para mentir, ou quando muito, omitir factos ao medico pode ser grande, mas acreditem que só nos prejudica. Eu propria fui vitima desse atraso qdo escondi a "bizarria" que se passava cmg do meu medico de familia anos e anos, mas por vergonha e até total desconhecimento da existencia da doença. O que lhe ia dizer se nem sabia que comportamento tão irracional, era o meu que quase me levava à loucura?. Mas foi nos anos 80, hoje o Medico de Familia tem mt mais informçao como ve vê pelo artigo e é quem deve estar atento aos sinais "disfarçados" da doença, pois nem sempre o doente vai contar, porque é um "segredo" mt dificil de deixar de ser só nosso. Mas, no meu caso, já qdo entregue à minha psiquiatra nunca mais omiti factos, se houve omissoes inconscientes, a nivel de emoçoes/sentimentos isso nao sei (mas como boa psiquiatra que era claro que ela percebia o que se passava no meu "eu" mais intimo), mas a nivel de factos da doença nunca deixei de lhe contar fosse o que fosse, e acreditem que me custava imenso pensar que a decepcionava, desiludia a pessoa que mais acreditava em mim, talvez a unica, quando eu propria ha mt ja tinha desistido de mim. Mas, como ela dizia e bem, quem se decepcionava era eu comigo mesma. Mas acreditem que mais decepcionada ficaria se mentisse à unica pessoa que nao desistia de mim. E acho que quase todas nós temos esse sentimento de "lealdade" nas Amizades (porque no fundo estabelece-se uma relaçao de Amizade, só que diferente das "normais" entre psiquiatra e doente e que julgo ser mt importante na terapia- ja a drª Dulce o disse numa entrevista que aqui colei no blog) e nem que seja para fazer valer esse valor, por favor nao OMITAM NADA! e mais, façam tudo o que puderem para entregar as redeas da luta contra a doença a essa Pessoa, Medica e até Amiga, conhecedora de todos os nossos truques da doença (acaba por descobrir na mesma o que omitimos, só atrasamos o tratamento se o fizermos), mas tb a unica conhecedora das "armas" que nos poderão levar a (sempre com a medica ou equipa - nao estamos sozinhas), perder o medo de comer e começar a acreditar que COMER NÃO ENGORDA, só nos devolve o "peso ideal", que significa apenas sermos magras mas saudaveis.
bjs.. e desculpem a formataçao do texto, mas por mais que tente nao consigo corrigi-la.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

renascendo...



ps: ainda nao consigo colar etiquetas nas imagens, mas podem ver que começo pelo nosso país e termino em Barcelona. Mais tarde - tb para nao vos cansar - trarei os meus "retratos" de outros países, de outras viagens, que a saída da doença ja me permitiu ver de perto.
bjs






fazendo "tourada" com meu guarda chuva..

Mosteiro da Batalha

Mosteiro Alcobaça


obras na Ig Sagrada Familia Barcelona

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

continuando a entrevista sobre dca..

Anorexia, nossa inimiga

Foi há 12 anos que se criou a Consulta de Doenças do Comportamento Alimentar (DCA) no Hospital de Santa Maria (HSM), em Lisboa. Desde então há um maior conhecimento da anorexia mas continua a ser difícil trazer os doentes à consulta. As causas são várias. É uma doença de tratamento difícil e prolongado, os médicos de família, ginecologistas e muitos psiquiatras ainda não sabem tratar a doença e não há consultas em número suficiente. Para além de Lisboa, só existem consultas específicas para distúrbios alimentares no Porto e em Coimbra. O que se revela muito insuficiente face a uma doença que se expande cada vez mais.


Dada a complexidade da anorexia é fundamental que o tratamento seja acompanhado por uma equipa multidisciplinar, constituída por psicólogos, dietistas e endocrinologistas. Cabe a um psiquiatra com experiência nesta doença fazer o diagnóstico. Normalmente o tempo de espera entre a triagem e a primeira consulta é de um mês. Mas nos casos graves o doente é atendido nas urgências, onde há sempre um psiquiatra de serviço.

"A anorexia é uma doença psiquiátrica com critérios diagnósticos bem definidos: recusa em manter um peso normal para a idade e altura, receio mórbido de aumentar de peso e alterações endócrinas decorrentes da falta de alimentação, que se traduzem em falta de menstruação nas mulheres e falta de interesse sexual nos homens." É desta forma que Daniel Sampaio, psiquiatra na consulta de DCA no HSM, define a anorexia.



Daniel Sampaio confessa que a anorexia o fascina porque apesar de todos os estudos realizados ainda não se conhecem as causas da doença. Sabe-se porém que a anorexia não é uma doença de moda e existem já dados consistentes que apontam para uma origem genética.


A grande maioria dos casos de anorexia trata-se em consulta externa - segundo dados clínicos têm aparecido cerca de 60 novos casos por ano. O internamento é só para situações muito graves, quando há um longo tempo de evolução da doença e uma alteração da condição física que coloca a vida em risco. Os critérios do internamento são: grande perda de peso, índice de massa corporal abaixo de 13, fracasso do tratamento em consulta, grande conflitualidade familiar e complicações médicas.


"São doenças que preocupam muito os familiares, que causam muito sofrimento e desencadeiam sentimentos de mau estar nas famílias", diz Daniel Sampaio. A percentagem de casos de anorexia é inferior a 0,5 por cento enquanto a bulimia se situa entre os dois e três por cento, segundo estudos a nível regional. Para o psiquiatra, "fala-se muito mais de anorexia, mas a bulimia é muito mais importante em termos de saúde pública". E acrescenta, "mas isto já vem tudo nos livros, já está tudo escrito, dito e falado". A impressão que fica é que não há nada de novo a dizer sobre estas doenças. Mas Dulce Bouça, psicoterapeuta na consulta de DCA do HSM, defende que há sempre algo a acrescentar no que diz respeito à relação terapêutica. "Só a terapia consegue levar uma pessoa a abandonar aquilo que se tornou o fulcro da sua vida e única razão de ser", afirma.


Devido a um apertado controlo sobre o seu corpo, o anoréctico tem imenso medo de estabelecer uma relação com alguém que detém o poder médico da doença. É fundamental para o tratamento que o terapeuta conquiste a confiança do doente. Para tal o terapeuta tem de reunir dois aspectos: por um lado aceitar as resistências do doente e por outro não desistir.


"O trabalho do terapeuta é muito duro. Eu costumo dizer que é mais difícil tratar-se do que continuar anoréctico", diz Dulce Bouça. Nessa relação de confiança e partilha entre médico e doente, tudo é negociado para que se consiga ultrapassar os momentos em que lutam por coisas diferentes. A cura implica que essa luta caminhe no mesmo sentido. Um índice de massa corporal igual ou superior a 18.5, regresso da menstruação e não haver mais preocupações com a imagem corporal e com a comida, são os critérios de cura. Segundo estudos realizados, apenas 40 por cento dos casos recuperam totalmente, 30 por cento recuperam parcialmente (verifica-se um aumento de peso e o regresso da menstruação mas persiste a preocupação com a imagem corporal), 20 por cento tornam-se crónicos e 5 a 10 por cento morrem.

É pelo facto de a parte psíquica e física da doença estarem interligadas que o tratamento da anorexia exige, além do psicólogo, o endocrinologista e o dietista. Durante muito tempo associou-se a origem destas doenças a factores endócrinos o que levou à inclusão desta especialidade na equipa multidisciplinar. Ainda hoje, a endocrinologia continua a ter um papel importante na consulta devido às complicações médicas destas doenças. Na anorexia nervosa a complicação mais grave é a osteoporose, na bulimia são as perturbações ao nível do esófago, dos dentes e do estômago devido aos episódios frequentes de vómito.


"O psiquiatra trata a doença psíquica e nós tomamos conta da parte física e das repercussões que o emagrecimento, sobretudo nos casos de anorexia, tem sobre o corpo: desequilíbrio nas análises, ausência de menstruação", diz Zulmira Jorge, médica endocrinologista da consulta de DCA do HSM. Para esta médica tem de se gostar mesmo da profissão, já que é difícil lidar com pessoas cuja mente vive aprisionada na relação entre o corpo e a comida.


Também Patrícia Nunes, dietista de DCA do HSM se mostra apaixonada pela profissão, o que não é difícil dada a relação positiva que geralmente estabelece com os doentes. A comida é o tema de conversa que os une. Mas esta não é uma relação fácil. "É preciso ter treino com estas doentes", afirma. O objectivo da dietista é que o doente consiga atingir o peso mínimo para se manter física e psiquicamente bem através do reequilíbrio da alimentação. Mas uma só consulta não chega. Antes da prescrição da dieta há todo um ritual a ser cumprido. É necessário fazer uma recolha da história alimentar do doente desde a infância até ao momento actual e pedir um diário alimentar, onde o doente regista tudo aquilo que come. "Nós temos é que ter a capacidade, como técnicos, de saber averiguar se é verdade ou mentira o que eles escrevem no diário. Podemos não conseguir na primeira consulta, mas depois é muito mais fácil", diz Patrícia Nunes com base na sua experiência. Por fim, é necessário recolher os dados antropométricos ( peso, altura, análises) e os dados psico-sociais (com quem é que a doente vive, quem é que prepara as refeições, se come sozinha ou acompanhada, se come em casa ou fora de casa). Só com estes dados é que se vai poder indicar uma dieta porque cada doente é um caso. "As dietas são prescritas conforme a pessoa que temos à frente", explica.

O paciente tem um acompanhamento regular, de 15 em 15 dias ou de mês a mês quando as coisas correm bem, para o dietista poder avaliar se a dieta está a ser cumprida. "As bulímicas conseguem aderir mais facilmente. As anorécticas no inicio não, mas depois sim. Também tem a ver com o contrato que se faz com o próprio doente. Começa a ganhar uma certa confiança e aderem muito mais facilmente". Para tal é necessário fazer novamente uma educação alimentar que passa pelo combate a certos mitos que se tem acerca da alimentação e pelos conselhos alimentares sobre novas receitas para fugir à monotonia das refeições. Por exemplo, o bulímico que gosta de doces pode ser ensinado a confeccionar doces que não engordam e o anoréctico pode fazer outro tipo de refeições que não sejam cozidos e grelhados.

É com estas ideias e empenho que os psicólogos, endocrinologistas e dietistas lutam de mãos dadas contra uma doença difícil mas não invencível.


Obs.raioverde: apenas posso adiantar que acho que no meu caso foi essencial a relaçao medico/doente, como disse nesta entrevista e bem a minha querida médica, drª dulce.. quando ja está tudo dito e escrito, quando também ja está praticamente tudo feito pelo doente e ele nao "reage positivamente", quando é um "caso perdido" para a classe medica, acho que só mesmo investindo nessa relaçao se pode salvar a vida dum doente ... e acho que confiança, afecto e firmeza são ingrediente fundamentais que o doente precisa de ver no seu médico, embora esta ultima (firmeza) ele nao queira ver, mas precisa de ver, para que as regras ditadas pela doença sejam substituidas por regras ditadas por quem sabe o que precisamos QUERER em casa momento do tratamento, pois são momentos em que a nossa vontade está ainda completamente dominada pela doença, não vale a pena querermos nada sem uma orientação de quem sabe... esta é a minha opinião como ex doente e sempre contruindo dia a dia a sua recuperação.
Com o tempo a nossa vontade (e o corpo também) voltará a ser nossa e não da doença, nessa altura sim, deixamos de precisar de regras. Até lá eu aconselho a todas as doentes: substiuição das regras da doença por regras ditadas pelos medicos..porque hoje vejo que na doença a vontade fica anulada e o nosso cerebro só está preparado para obedecer (mas atençao, e repito, nao falo como médica, sim a partir da minha experiencia mt pessoal e sempre pela minha optica de doente).
bjs a todas/os os que estão neste "barco", que um dia chega à sua praia, basta que deêm a mão a quem "SABE e QUER por vós", isto é, o vosso psiquiatra mt experimentado nestas doenças.
Para a Drª Dulce sempre o meu eterno mt obrigada e a toda a equipa do HSM!

A todos desejo também um Ano Novo cheio de Saude, Paz e muita Alegria, ou então, para quem ainda está na doença, muitos momentos de alegria, quantos mais melhor, porque sei que a nossa vida enquanto doentes de dca é feita mt de "momentos", mas também quantos mais momentos Positivos proporcionarem a vós proprias, mais afastam a negatividade da doença e assim ja estão a combate-la de certo modo!
bjs com todo o carinho!